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Coletiva de ‘S’imbora, O Musical’

Dono de uma das mais controversas histórias da música brasileira, Wilson Simonal está tendo a oportunidade de se reencontrar com seu público. Após morrer em uma espécie de exílio artístico, o astro tem sua trajetória contada em ‘S’imbora, o Musical – A História de Wilson Simonal’. Com texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade e direção de Pedro Brício, espetáculo é um dos grandes sucessos da temporada teatral carioca de 2015 (foi visto por mais de 50 mil pessoas) e chega em junho a São Paulo, a partir do dia 12, no Teatro Cetip.

A trajetória de Simonal não encontra paralelos na história da música brasileira. O prólogo parecia ser comum: garoto pobre tem que batalhar muito para conseguir mostrar o seu talento. Mas, no momento em que foi descoberto por Carlos Imperial – personagem fundamental na história do futuro astro e narrador da peça -, ele explodiu. O Brasil inteiro cantou ‘Balanço Zona Sul’ (seu primeiro sucesso), ‘Sá Marina’, ‘País Tropical’, ‘Meu limão, meu limoeiro’, ‘Lobo bobo’, ‘Mamãe passou açúcar em mim’, todas presentes no roteiro do espetáculo.

Já no início da década de 70, sua carreira começou a se desestruturar: Simonal encerrou um contrato com a TV Globo, brigou com o Som Três, que o acompanhava desde o início, e desfez o escritório da Simonal Produções. A gota d´água aconteceu quando ele, desconfiado do seu contador, pediu ajuda a amigos policiais (agentes do DOPS), que o sequestraram para que denunciasse quem o estava roubando na sua produtora. O episódio culminou na prisão do cantor, que, posteriormente, em uma cadeia de equívocos, foi acusado de delator a serviço da ditadura militar. Embora nada nunca tenha sido provado, Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, que se transformou em um morto-vivo e foi condenado a um ostracismo artístico até sua morte, em 2000.

A direção musical de Alexandre Elias e os arranjos de Max de Castro, filho de Simonal, são fieis à obra do Simonal, mas trazem um olhar criativo, contemporâneo. “O importante é resgatar e sublinhar a obra dele. Independente do que aconteceu, ele deixou um legado para a black music brasileira”, afirma o diretor.

Ícaro Silva foi escolhido entre mais de 1000 candidatos e vem colecionando elogios da crítica no papel-título. O elenco conta ainda com Thelmo Fernandes (Carlos Imperial), Marina Palha (Tereza), Gabriel Staufer (Miele/Walter Clark/ Guinsburg), Kadu Veiga (Marcos Moran/Boscoli), Victor Maia (Roberto Carlos/ Eduardo Araujo/ Cesar Camargo), Marino Rocha (Jô/Boni), Joana Penna (Elis/Jane Burkin), Jorge Neto (Pelé/Simoninha/Zé Ary/ Jair), Paulo Trajano (Delegado/Zagallo/ Flavio Cavalcanti), Cássia Raquel (Sarah Vaughan), Dennis Pinheiro (Sabá e Carlos Alberto Torres), Lívia Guerra (Marly Tavares / imperialete), Natasha Jascalevich (Brigite Bardot/ Laurinha Figueiredo), Kotoe Karasawa (apresentadora da Record) e Ariane Souza (imperialete).

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