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Coletiva do musical ‘Bem Sertanejo’

“Bem Sertanejo – O Musical” conta a trajetória e a formação da música caipira e da cultura interiorana do nosso país de forma poética e não cronológica.  A peça propõe uma viagem pelos nossos interiores – memórias, infância, descobertas – resgatando, assim, o sertão que há em cada um de nós, e ao mesmo tempo, um contato direto com as nossas raízes culturais.

No final do século XVII, com a descoberta do ouro, o país foi primeiramente desbravado por bandeirantes, e em seguida, foram os tropeiros que levaram todo tipo de víveres sobre o lombo das mulas. Tocavam as suas comitivas por caminhos que saíam do Rio Grande do Sul até os sertões de Minas, Mato Grosso e Goiás, passando por Santa Catarina, Paraná e São Paulo. É através dessas trilhas poeirentas que se desenvolve o primeiro ato da peça. Um grupo de atores/tropeiros, com suas violas caipiras, desbrava o sertão brasileiro e durante o trajeto revela toda a riqueza desse mundão velho sem porteira, com seus causos, lendas, piadas e canções.

O primeiro ato é completamente rural, lírico, interiorano, entremeado por poemas de Cora Coralina, Manoel de Barros e inspirado no universo de Guimarães Rosa. Flerta, ainda, com o movimento modernista, que ajudou na construção da nossa identidade brasileira, através dos versos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira, da música de Villa-Lobos e da obra de Tarsila do Amaral, que inspirou a cenografia da peça. Monteiro Lobato, Catulo da Paixão Cearense, Chiquinha Gonzaga, Mazzaropi, Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, também fazem parte desse nosso sertão.

No segundo ato, o foco será a trajetória dos artistas caipiras, tais como: Angelino de Oliveira, Raul Torres, João Pacífico, Tonico e Tinoco, Tião Carreiro, entre outros. Das primeiras apresentações pelo interior até chegar à cidade grande.  De como aquele sertão mítico, isolado do resto do país, vai ficando cada vez mais para trás e os efeitos da sua transformação devido ao progresso e a globalização. O grupo de atores, agora, representa o típico caipira – com o seu chapéu de palha e camisa xadrez – e vai se modificando através do circo/teatro, da rádio e da TV até chegar ao universo pop/multimídia da música sertaneja atual. É nesse contexto que discutimos a rivalidade que há entre o sertanejo pop e o caipira raiz. Mas será que ela existe mesmo?

“Bem Sertanejo – O Musical” traz em sua equipe profissionais consagrados no ramo, como Gustavo Gasparani (texto e direção), Gringo Cardia (cenografia), Maneco Quinderé (iluminação), Marcelo Olinto (figurinos), Renato Vieira (coreografias), Marcelo Neves (direção musical), Mauricio Detoni (arranjos e preparação vocal) e André Piunti (pesquisador musical). No elenco estão Michel Teló, Lilian Menezes, Sergio Dalcin, Alan Rocha, Cris Gualda, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Luiz Nicolau, Pedro Lima e Rodrigo Lima.

O espetáculo estreia em São Paulo, com apresentações nos dias 21, 22 e 23 de Abril no Tom Brasil, e segue em turnê pelas seguintes cidades: Porto Alegre (28 a 30 de Abril no SESI), Curitiba (05 a 07 de Maio  no Teatro Guaíra), Rio de Janeiro (10 a 12 de Maio no Teatro Municipal), Brasília (19 a 21 de Maio no CICB), Belo Horizonte (27 a 28 de Maio no Minas Centro) e Ribeirão Preto (02 a 04 de Junho no Centro de Eventos).