O CORTEJO DOS ROMEIROS

E vem, e vem

São muitos que vem

E vem, e vem

Vem todos também

Vem o homem virador

A moça do interior

O peregrino em prontidão

E os tropeiros do sertão

Senhora em procissão

Com o rosário em sua mão

E o casal que esperançou

Quanto esse povo caminhou

Tanta gente de bem

E que vem

Vem de carro, de trem

Chegadas e partidas

Da cidade também

Vem pra Aparecida

Vou andar

E em cada passo

Eu vou me encontrar

Pois tudo é uma questão de fé

Por essa estrada, longe do meu lar

É lá que vou chegar

E vem, e vem

São muitos que vem

Vem a pé, de condução

O viajante em devoção

O pagador que prometeu

Gente como você e eu

Vem sozinhos ou não

Com calma ou na corrida

Vem de outra nação

Vem pra Aparecida

Aparecida

PECADO E DESTINO

Você mais cedo em casa sem avisar

Eu vejo a calma rasa transbordar

É o que dá sua rotina tão cruel

Tão ferina que nem quero pensar

Você me fala tudo sem cansar

E aí me deixa mudo ao se calar

Você me dá vertigem

Sei que todos corrigem

Seu jeito de me olhar

Seu jeito no seu trabalho é bom rever

Não vai ser um atalho pra vencer

Eu vejo um retrocesso, suas leis

Seus processos, cuide mais de você

É mais que um sacrifício, é por nós

Suplício, dores, tudo é por nós

A grana é o progresso

Meu amor, o sucesso jamais foi tão veloz

Será pecado querermos sempre mais?

As nossas vidas já são tão desiguais

Será destino ou será que é demais?

Tenho que ganhar e prosperar

Nunca é o bastante, mas vou te apoiar

Será destino ou será que é demais?

Certamente haverá quando isso acabar

Algum ótimo lugar pra nós dois

Eu não sei onde é lá

Mas no dia em que isso chegar

Nós dois vamos descansar depois

(...)

Eu fico preocupada ao te ver

Você não fala nada pra esconder

Será que vale à pena coisa assim

Tão pequena, vai fazer nos perder

Pois tudo o que eu faço é por nós

Isso é só cansaço, mas por nós

Eu sigo no escritório

Faço mil relatórios

Eu sei o que é ter voz

Será pecado querermos sempre mais?

As nossas vidas já são tão desiguais

Será destino ou será que é demais?

tenho que ganhar e prosperar

Nunca é o bastante, mas vou te apoiar

Será destino ou será que é demais?

Certamente haverá quando isso acabar

Algum ótimo lugar pra nós dois

Eu não sei onde é lá

Mas no dia em que isso chegar

Nós dois vamos descansar depois

(...)

Você não pode ir embora assim

Eu cuido de você, cuida de mim

Te faço uma promessa

A história que agora começa

Não é o nosso fim!

OS TRÊS PESCADORES NO MEIO DO RIO

Os três pescadores no meio do rio

Suas redes armavam, assim era o feitio

Com muitos temores, humildes, o trio

Sua pesca tentavam no rio de leito vazio

Vazio

Em nossa aldeia vai logo chegar

O governador, nosso Conde de Assumar

Com cestas bem cheias, nós vamos voltar

Para o tal ilustre senhor se banquetear

Mesmo seguindo em frente em nossa missão

Só tem águas escassas, peixes não virão

Tudo é ausente, que triste razão

Não há mais o que faça pensarmos que

Os três pescadores no meio do rio

Suas redes lançavam, assim em um desvario

Já sentia dores, cansados, o trio

Sua pesca buscavam no rio como um desafio

Desafio

Uma onda se fez nesse afluente

Tem algo no ar, não sentem vocês?

Sinto que essa vez pesou diferente

Temos que puxar com mais rapidez

Só consigo ver o lodo e a lama

As cordas raspando, o barco a mexer

Eu pareço ter não mais que um grama

Fico imaginando o que vai trazer

É tão pequena, tão escura

Essa escultura

Feito criança

Corpo de santa

De pele morena

Cabeça quebrada

Foi descartada

Misteriosa e plena

Mas tão serena

Mas tão serena

Os três pescadores no meio do rio

Suas redes jogavam, assim em um rodopio

Tal qual caçadores, aflitos, o trio

Sua presa cercavam no rio, num ato bravio

Bravio

Sinto algo a mais, um leve perfume

Céu enluarado em nossos bornais

Muito além do cais, um pequeno lume

Vento está parado, são tantos sinais

Puxem de viés a malha trançada

Do leito profundo, sobe ao convés

E aos nossos pés, a imagem velada

Toca lá no fundo até nossas fés

É tão pequena, tão escura

Essa escultura

Nos chega agora sua cabeça

De pele morena

Santinha quebrada

Foi descartada

Misteriosa e plena

Mas tão serena

Mas tão serena

Os três pescadores no meio do rio

Suas redes puxavam, mas já com fome e frio

Tão conhecedores, insistem, o trio

Pois agora estavam assim todos por um fio

Por um fio

E muda a corrente, mas sem perceber

Vai amanhecendo e eu começo a ver

Então, de repente, eu sem entender

Vejo as redes enchendo, estão já quase a romper

A festa agora tinha peixes de montão

Os cardumes são tantos, em profusão

E eu olho a santinha, sem explicação

Cheios de espanto e contemplação

Os três pescadores no meio do rio

Pra suas casas voltavam e bem felizes o trio

Cumpriram os deveres com honra e brio

São os três pescadores, heróis do meio do rio

UMA NOVA ESPERANÇA

E das águas veio uma imagem partida

E do barro veio a face escura

E das margens veio essa enérgica vida

E das redes veio essa imensa fartura

E das águas veio uma nova esperança

Surgida no meio deste povo cativo

Surgida no seio de terra tão mansa

Ninguém fica alheio a um mistério tão vivo

É tão pequena, é tão escura

Essa escultura

Feito criança, é nossa santa

De pele morena

Santinha amada

Foi resgatada

Misteriosa e plena

Mas tão serena

Mas tão serena

TODA A LUZ DO MUNDO

Na história se alternam

Claridade e escuridão

Um dia trevas nos governam

Noutro luzes acenderão

Se nós somos como a vela

Que se queima até apagar

Quanto mais forte é ela

Mais calor vai espalhar

Vem a chama da vida purificar

Vem nos dar acolhida, alumiar

Que esse brilho toque fundo

Não nos deixe nunca a sós

E que toda a luz do mundo

Seja cada um de nós

Quando toda a luz se apaga

Vem a chance de se olhar

Ver além das próprias chagas

Para então se iluminar

Toda vela que se acende

Uma hora vai queimar

Quando isso se entende

Tudo mais vai clarear

Vem a chama da vida purificar

Vem nos dar acolhida, alumiar

Que esse brilho toque fundo

Não nos deixe nunca a sós

E que toda a luz do mundo

Seja cada um de nós

A VEZ DA LIBERDADE

Hoje há quem queira a liberdade

Para fazer o que quiser

Pois eu lhes digo, essa é a verdade

Não há nem homem, nem mulher

Que já não seja um prisioneiro

Podem tirar as conclusões

Eu sou apenas mais verdadeiro

Porque aceito meus grilhões

Eu estou preso só porque quero

A cada um cabe um papel

Mas, pelo menos, eu sou sincero

E não é fácil ser cruel

A minha ordem é tão custosa

Eu vou lutar para manter

A liberdade é perigosa

Essa ideia vai morrer

Quando as correntes

Precisarem se romper

Continuo em frente

Meu orgulho vou perder

Fujo do meu sofrimento

Medos e preocupações

E neste momento

Vou romper esses grilhões

Yèyé yé olóomi ó

Yèyé yé olóomi ó

Yèyé yé olóomi ó

Yèyé yé olóomi ó

Yèyé yé olóomi ó

Yèyé yé

Ayába balè osum

Ayába balè osum

Ayába balè osum

Ayába balè osum

Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro

Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro

Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro

Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro

Com o corpo doído

Minha alma quer buscar

O real sentido

Do que é se libertar

Se eu venho aqui sozinho

Uma força me conduz

Por favor, me mostre o caminho até a luz

Sou um homem, sou um escravo

Eu não sou dono nem de mim

Mas já fui forte, já fui bravo

E hoje sou sombra ruim

Tá errado quem me encerra

Essa barbárie acabou

Também sou filho dessa terra

Eu quero ser, sim, quem eu sou

Peço, minha senhora

Tua cura e teus conselhos

Mande a dor embora

Te rogo de joelhos

Quero dignidade

E que me dê a liberdade

Esta é a vez da liberdade

Do cárcere acabar

Seja feita a sua vontade

Como irei negar?

Porque às vezes me pego preso

Às ideias de alguém

Como refém

Como refém

Tive dúvidas, confesso

Pois é mais fácil se calar

Esta benção que eu lhe peço

É para sempre questionar

Todo erro que eu flagre

Me ajude a corrigir

Pois esse milagre

É a liberdade pra seguir

Livre pra seguir

A CRENÇA DO CAVALEIRO

Ando contra o vento

Pelo meu sustento

Vou do Sul ao Norte

Sou cavaleiro forte

Faço o que é preciso

Sempre com juízo

Homem que não cansa

Sempre em muitas andanças

Minha vida é a estrada

Tenho tudo e tenho nada

Sou tropeiro e acredito

Só em mim e no que eu dito

Fui em mil lugares

Terras e outros ares

Ouvi mil relatos

Pecadores ou beatos

Com meu bacamarte

Andei por toda parte

Eu não cruzo os braços

Quando eu vejo um descompasso

Minha vida é a estrada

Tenho tudo e tenho nada

Sou tropeiro e acredito

Só em mim e no que eu dito

Sempre vou a fundo

No que vejo neste mundo

Mas, às vezes, de fato

Sinto que estou errado

Agora acredito no que não está escrito

Muito além do barro

É na fé que eu me agarro

É na fé que eu me agarro

É na fé que eu me agarro

É na fé que eu me agarro

É na fé que eu me agarro...

AVE MARIA

Ave Maria

Gratia plena

Dominus tecum

Benedicta tu

In mulieribus et benedictus

Fructus ventris tuae, Jesus

Sancta Maria

Sancta Maria

Maria

Ora pro nobis

Nobis peccatoribus

Nunc et in hora

In hora mortis nostrae

Amen

Amen

O MANTO E A COROA

Venho oferecer o manto

Da cor azul do céu

Pois vós protegeis todos os cantos

Deste mundaréu

Venho dar a coroa

De ouro para lembrar

Vosso amor a todos abençoa

Em todo lugar

Ah, minha Senhora

Venho aqui vos entregar

Um manto brilhante

Para vos poderdes reinar

Pois sois o refúgio

De quem ora sob o vosso altar

Ah, minha Senhora

Nos dai a proteção

Carinho é o critério de vossa atenção

Envolta no mistério da celebração

Venho oferecer o manto

Da cor azul do céu

Pois vós protegeis todos os cantos

Deste mundaréu

Venho dar a coroa

De ouro para lembrar

Vosso amor a todos abençoa

Em todo lugar

Ah, minha Senhora

Venho aqui pra vos trazer

Uma linda coroa

Pra vossa glória ascender

Porque a vitória

Da esperança vai acontecer

Ah, minha senhora

É forte vossa lição

Em toda vossa vida enfrentastes provação

Vosso caminho levou à coroação

Venho oferecer o manto

Da cor azul do céu

Pois vós protegeis todos os cantos

Deste mundaréu

Venho dar a coroa

De ouro para lembrar

Vosso amor a todos abençoa

Em todo lugar

NÓS DOIS

Não é preciso som pra me ouvir

Nem estar com você pra me tocar

É só você querer pra me sentir

Pra além da visão, me enxergar

E as pegadas que você pisar

Serão as minhas a te guiar

A cada gesto, pegue a minha mão

Serei seus olhos na escuridão

Dê ao menos uma chance para nós

Eu canto mesmo se ficar sem voz

Eu movo céus e terra por você

Pois ainda cego, vai ser o meu rei

Serei sua rainha, sim, eu sei

Aqui neste castelo, só nós dois

Não há riqueza que não possa ter

Ao lado de quem quer seu bem-querer

Não fique louco de tanta ambição

Já tem meus olhos, meu coração

Dê ao menos uma chance para nós

Eu canto mesmo se ficar sem voz

Eu movo céus e terra por você

Pois ainda cego, vai ser o meu rei

Serei sua rainha, sim, eu sei

Aqui neste castelo, só nós dois

Nós dois

MAU PRESSÁGIO

Escuridão! Não é normal!

É um trovão! Um temporal!

Como se o céu se repartisse

Como se a noite fosse o dia

Como se o vento nos rasgasse

E cantasse triste melodia

Como se o medo implorasse

Numa tempestade que arrepia

Como se a luz se ocultasse

Mas por que ela se esconderia?

Outro clarão! É um sinal!

Muita atenção! Presságio mau!

Como se o tempo então parasse

O espaço aí se romperia

Como se num delirante impasse

Resolvesse eu à revelia

É possessão! Um anjo mau!

Ele é o cão! Ele é brutal!

Como se o mal reencarnasse

Que presságio então isso seria?

Como se a tristeza aqui viesse

Para um coração em agonia

Não tem perdão! Não tem moral!

A proteção... Quebrou afinal!

Como se mais nada reparasse

Só o desespero ficaria

Como se tudo despedaçasse

Como fosse o amor, melancolia

Como se mais nada nos restasse

Só os cacos numa laje fria

Aparecida

O DESAGRAVO

Para a profanação, a penitência

Para o egoísmo, conciliação

Para a desunião, a convivência

Para o desagravo, restauração

Para a injustiça, a igualdade

Para a estupidez, imaginação

Para o desrespeito, a humildade

Para a insensatez, a compreensão

Para a crueldade, a consciência

Para a arrogância, orientação

Para a insanidade, a paciência

Para a indiferença, inspiração

Renovando a fé, uma esperança

É esse o poder transformador

A nossa devoção é uma aliança

Para o desagravo, somente o amor

A RESTAURAÇÃO (PRELÚDIO)

Tudo está fora do seu lugar

Está agora e não está mais

Não está onde devia estar

Tudo responde a algo mais

Tudo está fora do seu lugar

Está agora e não está mais

Não está onde devia estar

Tudo responde a algo mais

O DILEMA DISSIMULADO

Por que fiz o que fiz, eu não sei

Olhei para cima e pensei:

“Quanto ouro, quanta jóia, que ostentação”

Tudo aquilo a esperar por mim

Num instante tão perfeito assim

É só eu saltar pra tudo eu ganhar então

Um troféu pra minha satisfação

(...)

Por que fiz o que fiz, eu não sei

Olhei para cima e chorei:

“Heresia, sacrilégio, que se diz cristão”

Já dizia a sagrada lei

Nada de imagens, concordei

Eu não posso aceitar jamais que tal adoração

Dilacere a melhor tradição

(...)

Por que fiz o que fiz, eu senti

Olhei para cima e ouvi:

“Não permita que prossiga essa devoção”

Eu não pude desobedecer

E fiz o que tive de fazer

Como se um anjo me pegasse pela mão

Não me peçam outra explicação

Não me peçam outra explicação

Não me peçam outra explicação

UMA NOVA VIDA

Uma nova vida vai acontecer

Vamos ser felizes, você vai aprender

E vai ter outros poderes

E vai ter outras carícias

Você vai lembrar de tudo o que eu fiz

O que importam os prazeres?

Não importam más noticias

O que importa agora é ser feliz

É um novo amanhecer sem o sol

É de novo um despertar sem a luz

É como se apagassem um farol

E termos que fingir não ser uma cruz

Uma nova vida vai acontecer

É insuportável, é como morrer

Quem sou eu sem meus poderes?

Quem sou eu sem tuas caricias?

Vou então me apagar até a raiz

Só me faltam os prazeres

Só me faltam boas noticias

Só me falta agora é como ser feliz

É um novo amanhecer sem o sol

É de novo um despertar sem a luz

É como se apagassem um farol

E termos que fingir não ser uma cruz

Uma nova vida vai acontecer

(Uma nova vida vai acontecer)

Vamos ser felizes, você vai aprender

(É insuportável, é como morrer)

E vai ter outros poderes

(Quem sou eu sem meus poderes?)

E vai ter outras carícias

(Quem sou eu sem tuas carícias?)

Você vai lembrar de tudo o que eu fiz

(Vou então me apagar até a raiz)

O que importam os prazeres?

(Só me faltam os prazeres)

Não importam as más noticias

(Só me faltam boas noticias)

O que importa agora é ser feliz

(Só me falta agora é como... )

Ser feliz

A RESTAURAÇÃO

E são muitos os pedaços

Nesse passo a passo

Pra restauração

E são tantos fragmentos

Mas nesse momento

É uma missão

Cada parte que separo

São detalhes caros

Para organizar

O que quer que aconteça

É um quebra-cabeça

Que eu não posso errar

Vou colando os elementos

Num processo lento

Para a fixação

Junto as mãos e junto a base

Como se fossem fases

De uma operação

O rosto tão delicado

Com muito cuidado

Pra reconstruir

Só então eu finalizo

Perfeito e preciso

Eu vou concluir

Tudo está agora em seu lugar

Estava fora e não está mais

Tudo está aonde devia estar

Tudo responde a algo mais

E são muitos comentários

Falsos noticiários

Desinformação

E são tantas as vaidades

Só meias verdades

Tanta omissão

Quando tudo se acerta

Ficam em alerta

Querendo um quinhão

Cuidar de algo assim tão caro

Foi o meu amparo

E aceitação

O meu contato com o sagrado

Tinha começado

A restauração

Ou seria simplesmente

Que a fé transcende

A explicação

Eu passei por mudanças

E deixei lembranças

Muito do que sou

Pouco a pouco, dia a dia

Mudou o que eu sabia

E me restaurou

Tudo está agora em seu lugar

Estava fora e não está mais

Tudo está aonde devia estar

Tudo responde a algo mais

PEQUENOS MILAGRES

Foi um dia simples como outros tantos

Foi um dia quase que igual (entendeu?)

Pra você, não muda nada, por enquanto

Pra nós, é difícil ser normal

Meu marido tava sem emprego

Sem dinheiro pra nos ajudar (nadinha)

E chegou em casa bem mais cedo

Esgotado só de procurar (coitado)

Meu filho mais velho que tá tão crescido

Já não tinha roupa pra usar (nem meia)

E o outro filho moço abatido

Sem nenhum doutor pra consultar

Só que nem faxina aparecia (difícil)

Ai, menino, que situação

Então eu rezava todo dia

E pedia uma solução

Se um dia alguém te contar

Uma história que desconfiar

Vai entender

Que esses pequenos momentos

Não são fáceis de acontecer

Se um dia assim perceber

Um milagre, isso é poder

Vai entender

Que são só acontecimentos

Pra valer à pena viver

Então eu rezava todo dia

E pedia uma solução

De um jeitinho que só eu podia

Pra santinha do meu coração

Meu marido conseguiu a vaga (oh!)

Que buscou há muito tempo atrás

Conseguiu carteira assinada

Pra fazer bem o que ele faz

E as roupas do meu filho tão crescido

Foi presente de um primo maior

E outro filho, moço enfraquecido

De repente aí ficou melhor (milagre!)

Hoje eu tenho muito mais faxina

Foi assim que eu vim parar aqui (não foi?)

Essas coisas que ninguém ensina

Hoje tenho tudo o que pedi

Se um dia alguém te contar

Uma história que desconfiar

Vai entender

Que esses pequenos momentos

Não são fáceis de acontecer

Se um dia assim perceber

Um milagre, isso é poder

Vai entender

Que são só acontecimentos

Pra valer à pena viver

A REDENÇÃO / UMA QUESTÃO DE FÉ

Fui atrás

De uma vida tão fugaz

Fui capaz

De entender o que me apraz

De surpreender e ser mordaz

E ver que não estava em paz

Não importava, aliás

Quando me volto para trás

Nem reconheço, tanto faz

Sou filme fora de cartaz

Então eu peço a plena voz

Eu ofereço tudo a vós

Por uma chance para nós

E eu conseguir ficar em paz

Vou rezar

Ah, minha Senhora, quero acreditar

Pois tudo é uma questão de fé

Aqui, nesta hora e neste lugar

Eu vou me entregar

E o escuro então se desfaz

Caem os muros

E vejo o futuro, te juro

A luz que isso me traz

Abre a cortina

Espalha a neblina

E então ilumina o meu bem

Luz que vem

E nos ensina a olhar

Para quem

Dá tanto amor sem pensar

Abre a cortina

Espalha a neblina

E então ilumina o meu bem

Luz que vem

(Abre a cortina)

E nos ensina a olhar

(Espalha a neblina)

Para quem...

(E então ilumina o meu bem que...)

Dá tanto amor sem pensar

Tudo é só uma questão de fé

A guiar esse mistério no ar

Quero crer que é uma benção viver

Pois seria um milagre por dia

Tudo é só uma questão de fé

A guiar esse mistério no ar

Quero crer que é uma benção viver

Pois seria um milagre por dia

(Luz que vem)

Tudo é só uma questão de fé

(Para o meu bem)

A guiar esse mistério no ar

(Amém)

Quero crer que é uma benção viver

(Nossa Senhora)

Pois seria um milagre por dia

(Amém)

Amém, amém

(Nossa Senhora)

Amém, amém

Amém, amém

Amém, amém

Aparecida